sábado, 19 de novembro de 2016

Aventura lee: Rita Lee lança autobiografia em São Paulo


Ser fã de Rita Lee não é para maricas. Assim, do mesmo modo que saí do Rio de Janeiro para São Paulo de busão, outros vieram até do exterior, alguns do Brasil mesmo, porém, não conseguiram a famosa senha. É, vida de fã não é moLEEza...
Depois de três anos do lançamento de Storynhas, até desencarnados se interessaram em tentar ver Rita Lee, porque perceberam claramente que esta sorte é cada vez mais de poucos, incluindo (principalmente) a fauna e a flora.
Por isso, logo que soubemos que a famosa autobiografia havia sido finalizada, que seria lançada não pela Companhia das Letras e sim pela Globo, que já havia sido entregue, com divulgação da capa, etc, etc, etc, começamos a tramar a ida.
É uma trama.
Divulgaram que seriam 300 senhas e pensamos, é, teremos que acampar...
Hoje o céu está tão lindo... vai, chuva
Perguntaram-me: "Ué, você vai pegar senha?? Não eras tu que colocavas os fãs dentro do camarim de Rita?" E eu respondi: Eu sempre gostei de ser fã, mesmo quando a Rita, com toda a gentileza, me concedia ingressos grátis e me pedia que apresentasse os fãs para ela. Não existe nada igual a ser fã, isso significa: passar fome, passar frio, deixar de ir ao banheiro, ficar com sede, dor na perna, dor no pé, e muito mais. Por isso, saí do Rio, peguei o busão, e às 6:00 da matina já estava lá para pegar a minha prestigiada senha.
Já havia 50 indivíduos lees na minha frente. E quem chegou depois das 9:00 não conseguiu. Vi muitas caras chorosas dos com-livro-sem-senhas, reservaram um lugar para eles verem a Rita de longe, berrarem e contarem com uma alma caridosa para levar os seus livros para ela autografar.
Lá para as 9:00 abriram a loja e lá para as 9:30 peguei a minha senha. Antes, revi pessoas carinhosas, gratas e queridas por todo o trabalho que faço por Rita Lee há 10 anos - idade desse blog - ou antes, desde 79, quando fundei o Fã Clube. E olha quem eu revi lá, uma das antigas sócias do FC Rita Lee, Margarida Bertani, de Botucatu. E ela levou meu livro de poesias para eu autografar, pode???
À tarde, mais precisamente às 14:00 h, voltei para a graciosa fila na rampa oblíqua, que maltratava os fãs acima dos 40. E apetrechada com um sapato de salto na minha insanidade, "mas nada disso importa, vou abrir a porta..". E sabíamos que desta vez veríamos a Rita. O que não sabíamos era que a Editora Globo seria de um profissionalismo sem par, nos respeitaria e, de fato, cumpriria a promessa de publicar as nossas caras de babacas no site da Cultura, em duas ou três poses, com boa qualidade de profissionalismo.
Então vamos contar essa história a partir das imagens que eles fizeram! Diretamente do site da Editora Plim Plim. É, a fila estava grande...

Quando ela chegou na Livraria Cultura foi assim: o que vocês estão fazendo aqui? Todos gritavam Rita! Rita! Rita! E o filho Antônio declarou: -Pensei que só gritassem para Justin Bieber.
Então, respeitosa com os fãs como sempre foi, aplaudiu a todos por estarem ali.

"Todos vieram me ver, mesmo? Não estão me confundindo com ninguém?" (IMAGINA)

Aí foi para a mesa, dar vida às coisas inanimadas como fez nas nossas vidas. You are the sunshine of my life... Antes se receber os fãs, um retoque no batom.
Uma dança, pois afinal, Rita Lee é energia e vibração.



Agora, como uma deusa, com a licença do Olimpo, vamos sentando.



Os artistas compareceram e, para não serem xingados em peso por quem estava na fila desde o dia anterior de noite, entravam aos poucos, disfarçadamente... Muitos dos que ali estavam reclamavam e eu dizia: "É porque vocês não moram no Rio, lá não tem a Editora Globo, tem a Globo mesmo e artista furando fila é o que mais vemos... Take it easy, streap tease". A Rita teve a maior boa vontade e atendeu a todos, anônimos e celebridades. Por lá passaram:
Eduardo Suplicy,  Ronnie Von (com direito a selinho da Diva), Astrid (adorei a blusa), Mel LEEsboa, Eduardo Suplicy e Rita Cadilac, que segue o nosso Fã Clube no Instagram, Sérgio Britto (que também nos prestigia no Twitter) e Sarah Oliveira, que sempre foi muito simpática com a gente.





 Mas tinha mais! Mariana Ximenes, Supla (com direito a João Lee ao fundo, segurando o vinil Atrás do porto tem uma cidade, de 1974) e Luísa Mel.




300 senhas distribuídas, 300 sonhos, 300 amores de fãs nas mãos. Passemos a falar de nós, FÃS, que não queremos outro lugar na vida DELA, que assumimos esta posição com humildade e aLEEgria. Começando por o maior deles, o que possui o maior acervo sobre Rita Lee, se não sabem, não sou eu, nem ninguém mais o dono do baú mais fundo sobre Ela, e sim ele. Ainda bem que, em SP, ao encontrá-lo na rampa, pude dizer isso a ele: Maurício Pio Ruella: cara do bem.

E por falar em rampa... Eu estava atrás deles, todos inteligentemente de tênis e eu de sapatinho sem noção de salto...


Bom, mas nem sabíamos que teríamos carimbinhos variados, nem que ganharíamos baralho e marcador de livro com Ela. Um luxo de cuidado, parabenizo os organizadores pelo capricho, ah, e ainda de quebra levamos a revista Quem Acontece com ela na capa (agora tenho duas!).
Eu também não sabia que acessaria tanto carinho dos fãs da Rita, pois humildemente acho que nestes 10 anos fiz um trabalhinho de divulgação razoável, dos shows e da carreira de Rita. Fico feLEEZ quando vários fãs me dizem que o que sabem sobre Rita Lee aprenderam comigo. 
Teve emoção? SIM. Teve a nova geração? SIM. Teve declaração de amor de fã da antiga? SIM. As imagens falam por si...



Não era sonho, ELA estava lá, como esteve na nossa vida, nos aLEEgrando, nos mostrando outros horizontes... "quem tem ouvidos que ouça", "deixa os acomodados que se incomodem", "você é a ovelha negra da família" e uma delas foi até caracterizada...
Até a Norma LEEma apareceu para surpresa de muitos (?)... uma pessoa que desde os 11 Ama esta criatura não vai ficar de fora de nada que tenha Rita Lee no meio. Aprenderam?


Gungun também apareceu...
Mas o negócio era autografar...

... e dar uma pausa para o quase pirulito.
E lá estava a família, que tantos de nós aprendemos a gostar. Nas quase 8 horas em pé, deu para conversar muito, inclusive, com antigos e novos fãs, dos da época dos Mutantes à fase Rita-Roberto. Os que torceram pelos Lee Carvalho, pelo Tutti Frutti, rezaram pela volta dos Mutantes e tanta coisa mais que possa passar na cabeça dos que admiram Rita Lee, com um fato em comum: todos&todas merecem respeito e isso a Rita sempre soube dar. E é tão bom ser fã dela, sem querer nada em troca. nem fama, nem grana, nem sucesso, apenas estar como o/a anônimo/a do recorte ou do download que, ingenua e bobamente, torce pelo sucesso do outro fã de mostrar o seu amor pra ela.
É. Sempre estivemos aqui e torcemos por você, AMOR. Rita Lee é Amor, ódio é ali do lado.
Tivemos, também, mais uma primavera OAK.





domingo, 13 de novembro de 2016

Rita Lee: uma autobiografia - Trechos de entrevistas



"O ESTADO DE SÃO PAULO"

Há momentos delicados de sua história que você não deixou de fora. Você pensou muito até se decidir revelar fatos delicados?
Na medida em que escrevia, percebi que, ao mesmo tempo em que exorcizava os traumas, eu também dava gargalhada das minhas patetices existenciais. Essa bio foi uma autoterapia curadora.
Por que decidiu deixar explícita a vontade de mostrar determinados trechos da escrita encobertos por longos traços negros?
Quis deixar registrado o meu lado daquela história (que a imprensa não se dignou saber na época) até que o processo que ainda corre por lá prescreva, daí descubro os “longos traços negros” e você poderá saber os mistérios entre o céu e a terra.
A roqueira cansou? Esse livro fecha sua história ou acha que ainda vai produzir fatos biográficos em sua carreira?
O que mais me orgulha nos 50 anos de estrada foi nunca ter vendido a alma para leis rouanets e palanques políticos. Dos palcos, quero distância; da música, nunca, continuo fazendo o que mais gosto que é compor. Escrevi a biografia daquela “ritalee” de cabelos de fogo que saía em turnês – a de hoje está beirando os setentinha, deixou os cabelos brancos e acha a vida de dona de casa o maior barato. Envelhecer não é para maricas. Ainda me falta muita coisa a fazer. (Colaborou Julio Maria)
"O GLOBO"
Em “Rita Lee: uma autobiografia”, resultado de um mergulho na sua memória (“já queimada pelos incêndios existenciais que eu mesma ateei”, como brinca ela), a honestidade consigo mesma é a regra. “Se o passado me crucifica, o futuro me dará beijinhos”, escreve a cantora, em meio a relatos sobre a infância, os tempos com os Mutantes, as dificuldades em começar a carreira solo, o sucesso, o amor, as drogas e as mil confusões de sua vida. É um livro-catarse em que ela dá a sensação de ter esvaziado o pote da existência.

— Nem bem abri um pote e você diz que já esvaziei todos? — provoca Rita, em entrevista por e-mail, repleta de risos “rsrs” de linguagem internética (a preferencial para a sua comunicação nos últimos anos). — A ideia de ir escrevendo minha vida foi sem pressão de nada nem de ninguém. Com o tempo, a coisa foi se transformando numa verdadeira autoterapia onde descrevo impressões boas e más com distanciamento e bom humor.
— Autoterapia serve para isso mesmo, para perceber que todo dramalhão tem um lado comédia. E que, apesar de ter sido uma, não compro fazer papel de vítima, muito menos ficar babando ovo para mim mesma — diz. — É uma bio impressionista e despretensiosa.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/todo-dramalhao-tem-um-lado-comedia-diz-rita-lee-ao-lancar-autobiografia-20407969#ixzz4PuCsStRt 
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"VIAJANDO COM RITA LEE - NELSON MOTTA"
Num remoto baile de carnaval em Rio Claro, no interior de São Paulo, a italianinha Chesa era uma bela colombina, disputada pelo jovem pierrô Ulysses Guimarães, com seus olhos azuis e seu dom da palavra, e por Charles, um arlequim filho de americanos e neto de índia cherokee. No final, o gringo ganhou a italianinha. Era o futuro pai de Rita Lee, como ela conta em sua sensacional autobiografia:
“Difícil me imaginar uma Rita Guimarães, deputada do PMDB, defensora dos ‘frascos e comprimidos’, praticamente uma Neusinha Brizola coxinha.”

Sua história com Os Mutantes, que a expulsaram da banda e assim a levaram à fabulosa carreira solo, é narrada com ironia e sarcasmo, sempre chamando os irmãos Sérgio e Arnaldo Dias Baptista de “ozmano” e contando episódios gloriosos e patéticos dos “três patetas”. Mas elogia as qualidades guitarristísticas de Sérgio e o charme, talento e humor de Arnaldo, com quem se casou no cartório. Mas depois foram ao programa da amiga Hebe Camargo, rasgaram a certidão ao meio e deram à apresentadora.
Tempos depois, Hebe estava passando e recolheu Rita da rua completamente drogada e a levou para casa, deu banho, trocou as roupas e deu comida na boca.
Dramas e comédias se misturam com sexo, drogas e rock and roll, entre deboches hilariantes com as estrelas da MPB, como na sua prisão por uma bagana de maconha, que levou Elis Regina, sua arquirrival de “Rock X MPB”, a juntar uma multidão em frente à delegacia e virar melhor amiga...
E ainda estou na página 68.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/viajando-com-rita-lee-20408142#ixzz4PuDOEh2O 
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A autobiografia foi debate por jornalistas de "O Estadão":
"QUEM ACONTECE: 
Foi a primeira publicação a divulgar uma entrevista da Rita a respeito da autobiografia, e também a única a não disponibilizar o texto para a leitura da entrevista. 

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